Por Adriano Gomes, gerente de auditoria interna do Centro Cooperativo Sicoob.
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Um grupo de pessoas não é necessariamente uma equipe. Colaborar entre si, compartilhar propósitos e compreender que o gol de um é a vitória de todos são atitudes de um time de verdade.
Como gestor, tenho tido a oportunidade de liderar pessoas que ora se configuram como um grupo, ora como uma equipe. Apesar de serem substantivos sinônimos, costumo dizer que, profissionalmente, já participei de muitos trabalhos em grupo que remetiam ao tempo na escola. Nessa época era comum um bom estudante realizar tudo e o crédito ser compartilhado com os demais integrantes, que emprestavam seus nomes para preencher a capa do trabalho.
Trabalhos em equipe se diferenciam em um aspecto relevante: o compartilhamento do conhecimento acumulado sobre um dado tema flui entre seus componentes. Os resultados até podem ser os mesmos no presente, mas ao longo do tempo os grupos tendem a se dissolver se seu principal membro se retira, enquanto as equipes se destacam por perenizar o sucesso.
O futebol exemplifica essa distinção. 1995 foi o ano do centenário do Flamengo. Para presentear a torcida e ter um ano glorioso, a diretoria contratou Romário e Edmundo que, juntos com Sávio, uma revelação promissora do time e que depois foi vendido ao poderoso Real Madri, formavam o “melhor ataque do mundo”. Mas a junção de egos e a falta de espírito de equipe resultou em um ano fracassado. Já a Copa do Brasil é pródiga em ter como campeões diversas equipes sem expressão no cenário nacional, como Criciúma (1991), Santo André (2004) e Paulista de Jundiaí (2005).
Times com elenco de baixo orçamento, sem craques, sem muitos torcedores, mas verdadeiras equipes, que jogavam no esquema d’Os Três Mosqueteiros: “Um por todos e todos por um!”. Todos esses times pequenos foram campeões, desbancando equipes grandes e tradicionais do futebol brasileiro.
E quando há a reunião de craques e o compartilhamento de suas expertises em prol do alcance do objetivo, forma-se uma equipe imbatível e encantadora, como foi a Seleção Brasileira de 1970.
Flamengo de 1995, Paulista de 2005, Seleção Brasileira de 1970, em qual você gostaria de ter jogado? Os componentes da reunião de profissionais que você integra formam um grupo ou uma equipe? Compartilhar o que você conhece com quem se alinha para atingir o mesmo objetivo pode ser o ingrediente definidor da conquista do campeonato.
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